segunda-feira, 9 de agosto de 2010

a passeio na gringa -relatos de viagem


1) O Júlio Cortázar
O Cortázar foi quem afirmou: não existe tema ruim. Qualquer tema pode dar um bom escrito. Mesmo os temas mais triviais. Eu mesmo, aqui no blog, nunca consegui reportar os grandes acontecimentos. Mas os sete calangos do quintal. O banheiro do posto de gasolina. O som do vento batendo no cadeado. Tudo pode ser tema. O grande evento já é uma coisa realizada, está perfeita. O evento sutil sim, merece canto. Aí a pena vai correndo. A revolução não será televisionada.

2) O Assum Preto
Na categoria “evento sutil” podem constar, ainda que esmagadoras, as dores do mundo. Sinfonia de assuns-pretos, que maestro é teu regente? Não cantamos pra nos salvar, nem pra salvar o mundo. Mas pra morrermos todos abraçados, nós e os mundos. Submersão do sol do teletubbies, tchau tchau risonho de fade out, náufragos morremos afogados nas mágoas de uma madrugada-enxurrada.

3) O Walter Benjamin
Teve uma aula que eu assisti de ressaca. Mas pude salvar o Walter Benjamin (pronuncia-se “benjamín”) defendendo, ainda bêbado, a tese de que a literatura surgiu com o primeiro relato de viagem.

4) O Último Banho
Até que as águas do último banho plantaram em mim a vontade de contar das nossas viagens (porcas & borboletas) por inglaterra e frança. Tinha contado ainda não, quase nada. Nem nos papos aqui em casa. Mas o texto, vocês sabem, é quem pega a gente pela mão. Pra dizer: vamos existir. Aí esse que lá vai correndo me tem pelas mãos, agora.

5) Os Parentes e Amigos
Ainda não havia contado nada porque não sei muito bem como dizer que estive em Paris sem parecer metida. Londres é um pouco mais fácil. Então começar por lá. Opa, sem saber, estamos seguindo a ordem cronológica. Porque chegamos primeiro em Londres. Não é por modéstia, viu. É por fidelidade aos fatos.
Claro, serei infiel.
Mas o texto me olhou com aquela carinha do gato de botas do Shrek, quis porque quis existir, e me convenceu com um argumento racional (o argumento racional e a austeridade são a pedra do moinho – o austero é quem tem razão): pombas, danislau, os parentes e amigos estão todos querendo saber. As pessoas sentiram comprazer com a viagem do porcas, viajaram junto. Agora você amanhece calado pra dormir mudo?

8) Londres
A van de Uberlândia a São Paulo me lembrou aquela situação de desenho animado, todo mundo em apuros no balão colorido, jogando ladeira abaixo tudo que fosse peso, ver se o balão se mantinha no ar. O que foi embora, anhanguera abaixo, no percurso até São Paulo, não está no gibi. Coisas ilegais, vocês sabem. Mercadorias do Paraguai. Porque a rapaziada queria entrar em Londres limpeza, supimpa, com aquela carinha de primeiro emprego.
Embarcamos no avião da Tam por volta das dez da noite. Impressionante a capacidade do Oceano Atlântico em embaralhar o tempo. Porque foi uma sonequinha no meio da madruga, e quando demos fé o ponteiro do relógio já tava todo desafinado. O tal do fuso horário. Soube que até hoje o Ricardim não se adaptou ao fuso. Porque desadaptou-se com o do Brasil, e não adaptou-se ao fuso da Europa.
Um táxi muito louco, sempre na contramão, nos conduziu ao hotel. Um cinco estrelas supimpa, com vista pro Tâmisa, macintosh no quarto, sabonete líquido no wc. Enzo quis me convencer a ligar na recepção e perguntar em inglês o que era dado, naquela suntuosidade toda. Perguntar o que é “dado” é um traço marcante de nossa cultura mineira: sempre perguntar o preço de tudo, antes de consumir. Na dúvida, agimos como um bom mineirinho. Colocamos um cadeado no frigobar.
Chegamos ao hotel vinte e cinco minutos antes da performance de Arnaldo Antunes e Marcelo Jeneci, no Festival Brasil. A moça da recepção me mostrou um mapa, me inteirei do percurso, tomei um banho voado, e fui correndo (literalmente) pro SouthBank Centre. Quando atravessei a ponte do Tâmisa, ouvindo Brian Eno no mp3 player, não resisti, e dei um salto, os braços comemorando. Um inglês perguntou: gol de quem? Disse a ele que era futebol não, era a alegria de estar ali. Ele sorriu um sorriso que me fez lembrar, pela primeira vez na viagem, a música do Caetano: London London.
Assisti a performance, o que injetou em mim uma overdose de energia criativa – o veneno de Arnaldo e Jeneci. Na saída, troquei uma figura maravilhosa com os dois, e pude rever o sorriso de alma inteira do Arnaldo. De novo diante do Tâmisa, em meio às mulheres mais lindas do mundo, cí em tentação de novo, e dei um giro hippie sobre meu próprio corpo, os braços abertos, rotação e translação do meu corpo para saudar e agradecer aos deuses da rotação e translação. Acordei com os aplausos de um grupo londrino, sorriso faceiro nos lábios, achando que era mais uma performance do Festival Brazil.
Nesse momento, já vigorava a saudade dos amigos. O que esse povo estará aprontando agora? E voltei correndo para o hotel, em busca de aventuras.











(Continua. Não vamostorrar a paciência de ninguém com texto longo. É compromisso, dessa vez: continua)

postado por danislau

Porcas no Vinil



e tem promoção: retuitando a tag #porcasnovinil, o amigo concorre a ingressos

quinta-feira, 22 de julho de 2010

time to go

hora de ir embora de londres

na memoria, o jeito alucinado dos companheiros se moverem por aqui. corre corre, hey, thank you, how can i, where is the party?

como num video de imagens moventes - sobrepostas - reconstituo a experiencia em londres

tudo o q vimos, inclusive qdo viamos uns aos outros, os places, as pernadas, o passeio de bike com o lewis

os movimentos em camden town

todos os videos juntos, mixados, sobrepostos, os tempos correndo together na timeline omnidirecional da memoria.

all we need is love

bebemos love numa talagada so

thank you my friends



(posted por danislau)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

london brazil london

Momento de epifania nosso show no Festival Brazil. O Royal Festival Hall é um teatro espetacular, o maior em que já tocamos. As pessoas estavam lá, sabemos disso, para ver os Mutantes. A gente entra sem saber como seria, mas com a segurança total de quem está pronto pra fazer o que quer fazer. E a reação das pessoas vai muito além do que imaginávamos. Teatro é olho no olho, não tem mentira. E os olhares nos transmitiam espanto, beleza, susto, prazer. Não sabíamos ali quem era brasileiro quem era gringo. Fato é que a nossa sensação era de falar para o desconhecido. E o desconhecido se deliciava com nossa linguagem. E a gente se deliciava com o desconhecido. Nice to meet you, London.

E depois todo aquele fervor do pós-show, conversando com brasileiros e com ingleses, celebrando a festinha como diria o jackinho. Gente interessante inteligente, em todo lugar do mundo, gente é gente e é a gente.

Dias se seguem, estamos agora em um hostel com a cara da juventude européia. Café da manhã com MGMT. Danislau e Moita roletaram London de bike. Roletei a pé com as outras borboletas. As baladas começam às 6 da tarde e acabam uma da manhã. Jack e Ricardim chamam Candem Town de Creme Dental. O sol só se esconde das 10 da noite às 4 da manhã. Londres não conhece janelas. Eu estou do lado da estação onde filmaram uma cena do primeiro filme de Harry Potter. Estamos embarcando.

postado por banzo

domingo, 18 de julho de 2010

impressões de londres

o choque é sempre positivo. choque cultural, melhor ainda.

os carros com motorista do lado oposto ao do brasil já provocam a primeira confusão. sensação iminente do acidente. tudo ao contrário. e os motoristas de táxi, da bulgária, bangladesh.

no café da manhã do hotel trabalham 3 brasileiros. 2 garotas, uma de uberlândia outra de jaú, e um brother do rio grande do sul.

no southbank centre, onde está rolando o festival brazil, vendem a exótica cerveja brasileira brahma, além de caipirinha e açaí.

venta e o tâmisa corre sempre rápido. o tâmisa está sempre ali. o big ben, o parlamento, estão sempre ali, cara e carga da história.

ontem fizemos o primeiro show, festival lovebox, victoria park. quantas pessoas lá, vai saber... vinte mil? parque polifônico. o nosso palco era o jose cuervo, marca de tequila. palco de música latina que distribuía chapéu de palha pra quem comprasse uma marguerita.

e à noite fomos ver a maria bethânia, no mesmo teatro em que hoje fazemos nosso show, abrindo para os mutantes. o lugar por si so um espetáculo. teatro perfeito, quase 3 mil lugares. e bethânia abençoou tudo com sua bruxaria. quando as cortinas se abrirem novamente, seremos nós.


postado por banzo

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Em Londres

Chegamos, aqui estamos.

Terra da rainha, linda london london.

10 mil km de casa, sobrevoamos mar, portugal, espanha et france, onde ainda vamos.

o thamis deslumbrante.

southbank centre, onde tocamos domingo com os mutantes, impressionante.

primeiro show, tomorrow, lovebox festival.

> continua

terça-feira, 6 de julho de 2010

Porcas Borboletas na Europa

Na próxima semana, dia 15 de julho, começa a primeira tour internacional do Porcas Borboletas. A banda viaja rumo à Europa, onde permanece por dez dias, para realizar três apresentações.

No dia 16 de julho, em Londres, o Porcas se apresenta no Festival Brazil, do Southbank Centre. O festival levará aos palcos atrações como Maria Bethania, Gilberto Gil, os Mutantes, Arnaldo Antunes, Ernesto Neto, Afroreggae, dentre outros. E o Porcas Borboletas, que faz sua apresentação com a participação especial de Arnaldo Antunes. Aí está o link do evento:

http://www.southbankcentre.co.uk/find/festivals-series/festival-brazil



Já no dia 18 de julho, o Porcas Borboletas se apresenta em Victoria Park, no Festival Lovebox.



http://www.lovebox.net/



E a tour se encerra no dia 24 de julho, em Paris, com a apresentação no Internacional Concert Bar.


http://www.linternational.fr/


Os amigos estão todos convidados a participar dessa bagunça. Quem estiver na Europa pode conferir os shows. E quem não estiver pode abolir as distâncias acompanhando a cobertura de todos os fatos, através do site do porcas e do twitter da banda (www.twitter.com/porcasapasseio)


Combinados? Abraço pra todo mundo!